CAMPO E BOLA - O que vi de Colts vs Packers

Semana 2 - O sucesso de um time vem da força de seu coletivo.

A semana iniciou com grande preocupação entre os torcedores de Green Bay, afinal, jogar sem o quarterback titular não é uma situação ideal. A equipe adotou uma estratégia interessante ao divulgar, durante toda a semana, a possibilidade do quarterback jogar no domingo, mesmo com a lesão aparentemente grave sofrida na primeira partida da temporada. “Qualquer tempo que o Colts gaste pensando em Love e não em Willis, é uma vantagem aos Packers”, parafraseando o Ken Ingalls, foi o que a equipe fez. Plantou uma semente de dúvida na mente do adversário, e a estratégia funcionou. Foi um domínio maior que o placar de 16 a 10 fez parecer.

No domingo o time já não tinha o que mais esconder e deixou tudo às claras: Malik Willis é o titular. A possibilidade de vitória passou bastante por dois principais fatores, e um deles era Malik Willis. Precisaria jogar de forma limpa, errar pouco, principalmente não comprometer jogadas em turnovers. O Segundo fator era a capacidade da  defesa em conter o time do Colts, controlar Anthony Richardson no pocket deixando-o desconfortável para estender jogadas e buscar o fundo do campo, coisa que foi sua principal arma no jogo anterior.

Começamos falando então do segundo fator, a defesa. A defesa dos Packers teve uma atuação dominante, com destaque para a contenção de Anthony Richardson. A estratégia de Jeff Hafley, coordenador defensivo, foi fundamental para confundir o quarterback adversário. Coberturas variadas, rotações complexas e blitzes inesperadas criaram um caos controlado na defesa, dificultando a vida de Richardson.

Quay Walker teve uma atuação abaixo do esperado. Seu processamento de jogo foi lento, e ele demonstrou dificuldades em se posicionar corretamente para realizar tackles eficazes. A quantidade de tackles não se traduziu em qualidade, com poucos “stops” - quando um jogador tem tackle positivo para a defesa cedendo poucas ou quase nenhuma jarda.

Enquanto Walker decepciona, McKinney impressiona. Como o safety vindo de Nova York caiu como uma luva nas mãos de Jeff Hafley, dois jogos e duas interceptações na conta. Jogando muito bem nas coberturas, jogo terrestre, um safety completo. Muito do que o Anthony viu de dificuldade passa pelo posicionamento do jogador.

Voltando ao primeiro ponto, vamos analisar a atuação de Malik Willis e do ataque. Matt LaFleur orgulhosamente usou e abusou de corridas. Quantas corridas? A resposta: Sim. “Ei Jacobs? Ainda tem gás?”, o HC Matt LaFleur brincou, controlava o “snap count” nas corridas na base de quanto Josh Jacobs ainda tinha de energia, e ele tinha muita. Foram 32 corridas só para o RB1, outras 21 foram divididas entre o resto do comitê. 53 jogadas de corridas, 261 jardas e 40 minutos de posse de bola. “Fiquei sentado curtindo meu gatorade”, disse Jaire Alexander sobre como foi o domínio do jogo pela equipe.

Já Malik Willis fez o básico e necessário, não errou e não comprometeu. Terminou a partida com 122 jardas em 14 passes, um TD e ótima exibição em jogadas de terceiras descidas. Apesar do pouco volume, ele foi sólido quando acionado, resolvendo jogadas com sua mobilidade, acertando bons passes, inclusive um lindo passe de 40 jardas para Romeo Doubs. Ao todo, a vitória No 800 do Packers não poderia ter um roteiro mais interessante que este.

Fonte: Victor D Franco - @DFranco50