As Problemáticas Primeiras Escolhas dos Packers

As Oportunidades Perdidas dos Packers no Draft: Uma Década de Escolhas (no mínimo) Questionáveis.

As Oportunidades Perdidas dos Packers no Draft: Uma Década de Escolhas (no mínimo) Questionáveis.

Ao longo de mais de uma década, os Packers têm enfrentado críticas por suas escolhas de primeira rodada no draft. 

A busca por uma defesa dominante nunca se concretizou, enquanto talentos ofensivos geracionais foram completamente ignorados. 

Todo mundo está cansado de saber que o draft não é uma ciência exata, mas as decisões da gestão dos Packers mostram uma tendência preocupante de negligenciar prospectos que poderiam ter transformado o time. 

Detalhe: mesmo com a busca incessante em montar uma grande defesa, não foram poucas as vezes que a defesa deixou o Aaron Rodgers na mão, cito principalmente a triste derrota no Divisional Round contra o Arizona Cardinals, ou o passeio dos Niners em 2020.

Vou destacar algumas dessas escolhas e mostrar as oportunidades que poderiam ter acontecido:

2013: Datone Jones (26ª escolha)

Em 2013, os Packers escolheram Datone Jones, um DE de UCLA, na 26ª escolha da primeira rodada. 

O Jones nunca se tornou o jogador dominante que os Packers esperavam. O mais intrigante é que, logo em seguida, na 27ª escolha, o Houston Texans selecionaram nada mais nada menos que DeAndre Hopkins. 

O Hopkins se transformou em um dos melhores recebedores de todos os tempos, acumulando múltiplas seleções para o Pro Bowl e sendo uma força ofensiva constante.

Alguém duvida que ele não seria um dos melhores jogadores da história dos Packers?

2014-2015: Escolhas Sólidas, mas não Extraordinárias

Nos anos seguintes, os Packers selecionaram Ha Ha Clinton-Dix em 2014 e Damarious Randall em 2015.

Clinton-Dix teve uma carreira decente, mas não foi um game-changer, apesar de ter sido um bom jogador. 

Uma tônica constante nessas escolhas é quase sempre selecionar bons jogadores, mas Draft é uma questão de valor, algo que não é muito observado.

Randall, por outro lado, teve dificuldades e foi trocado após três temporadas. Em ambos os anos, havia talentos ofensivos e defensivos que poderiam ter feito uma diferença significativa para os Packers.

2016: Kenny Clark (27ª escolha)

Em 2016, os Packers escolheram o defensive tackle Kenny Clark na 27ª escolha. 

Embora o Clark tenha se tornado um dos melhores jogadores defensivos do time, é importante notar que Michael Thomas, um dos melhores recebedores de seu tempo, foi selecionado na 47ª escolha pelos Saints.

O Michael Thomas, em suas primeiras temporadas, quebrou recordes e se estabeleceu como um dos principais recebedores da liga, enquanto os Packers continuavam a lutar para encontrar consistência no jogo aéreo.

2017-2018: Foco na Defesa Continua

Os drafts de 2017 e 2018 viram os Packers continuarem a investir na defesa com as escolhas de Kevin King e Jaire Alexander.

Alexander se tornou um cornerback de elite, mas a consistência na defesa ainda estava faltando. 

Em 2017, jogadores ofensivos como JuJu Smith-Schuster estavam disponíveis na segunda rodada, mas foram ignorados.

2019: Rashan Gary (12ª escolha)

A escolha de Rashan Gary na 12ª posição em 2019 foi um ponto de debate significativo. Gary teve um início lento na sua carreira, embora tenha mostrado flashes de potencial. 

No entanto, a 49ª escolha daquele ano, Deebo Samuel, se tornou uma estrela ofensiva para os San Francisco 49ers, sendo uma ameaça multifacetada tanto como recebedor quanto como corredor. 

Além disso, Marquise Brown, selecionado na 25ª posição, teria sido uma adição valiosa ao ataque dos Packers.

As estranhas escolhas depois do acerto de Jordan Love

Vamos dar a colher de chá ao nosso General Manager com o acerto do Love em 2020, apesar de ainda ser meio ressentido por não terem subido para pegar o Justin Jefferson .

Mas pera aí, em 2021, Eric Stokes foi selecionado como cornerback na 29ª escolha, Devonta Wyatt também no ano seguinte, mais tentativas de fortalecer a defesa.

Bons jogadores, mas né? 

Conclusão

As escolhas dos Packers nos últimos 10, 11 anos refletem uma tentativa contínua de construir uma defesa dominante, mas muitas vezes à custa de talentos ofensivos que poderiam ter elevado o time a novos patamares.

Principalmente na era Lafleur, onde o ataque é um pouco mais “burocrático” e menos explosivo, com jardas pós-recepção e rotas mais curtas. 

O draft não é uma ciência exata, mas as oportunidades perdidas são evidentes. 

A gestão do time precisa reavaliar sua abordagem para garantir que não percam mais prospectos geracionais que poderiam transformar a franquia.

O ROI (retorno do investimento) das escolhas iniciais dos Packers com certeza não está bancando essas aventuras.


Por Adão Filho

Advogado e torcedor do Packers.



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